Ultrapassando 150 integrantes, a rede de pessoas embaixadoras de Inovação Cívica da OKBR dá um novo passo rumo à consolidação de uma comunidade ampla e de múltiplos repertórios em todos os cantos do país.
Ao final de 2019, a rede de Embaixadoras(es) nasceu com o desafio de formar uma comunidade de cidadãs e cidadãos interessados(as) em fortalecer e disseminar pelo país a cultura por transparência, controle social e tecnologias livres começando, cada um(a), por suas localidades.
O desafio, que já nasceu ousado pela complexidade do gerenciamento da rica diversidade de pessoas, realidades de vida, profissões, interesses e regiões do país, enfrentou um obstáculo ainda maior com a pandemia de COVID-19 e as restrições sanitárias que começaram poucos meses depois da formação da rede e duraram cerca de 2 anos. Durante este tempo, várias pessoas embaixadoras mantiveram uma dedicada atuação, mesmo em uma realidade atravessada pelas dificuldades impostas pela pandemia, como a brusca mudança em suas rotinas e a fadiga digital.
Neste contexto, um sistema de badges (medalhas) foi inaugurado para celebrar a atuação de destaque de integrantes dos dois primeiros ciclos em cinco categorias: contribuições técnicas em projetos de inovação cívica (contribuidor(a)), contribuições intelectuais em formação da rede (especialista), organização de eventos que enriquecem localmente o ecossistema (organizador(a)), participação no aprimoramento de políticas públicas locais (influenciador(a)) e atuação como porta voz das iniciativas nos espaços em que tem oportunidade (divulgador(a)).
Os badges, além de reconhecer embaixadoras(es), também marcam uma fase do amadurecimento do projeto: seguindo para o aniversário de três anos dessa pioneira e diversificada rede que superou uma pandemia, a bagagem de experiências que as pessoas vivenciaram construiu organicamente a comunidade e começou a apontar as diferentes maneiras com as quais as próximas gerações de embaixadoras(es) poderão participar, conciliando a diversidade do perfil da rede.
É nesse patamar da história da rede que o terceiro ciclo chega, trazendo 47 novas pessoas ingressantes na comunidade. A seguir, vamos explorar um pouco mais sobre o perfil destas novas embaixadoras(es).
Então… vamos aos dados?
Este ciclo marca uma inversão nos interesses das novas pessoas Embaixadoras. Os dois primeiros ciclos contaram com forte presença de pessoas cujos interesses eram técnicos. Já neste terceiro ciclo, o perfil técnico, dividido em dois aspectos, figura em 5º e 10º lugares (Ciência de Dados e Desenvolvimento e Software Livre, respectivamente). O principal tema de interesse do ciclo é na área de Transparência e Controle Social, com “Dados Abertos e Transparência” ocupando a 1ª posição e “Cidadania, democracia participativa e fiscalização social”, a 2ª.
Já dando fôlego ao processo de maturidade da atuação das(os) embaixadoras(es) iniciado pelo sistema de badges, mapeamos o perfil de atuação das(os) novas(os) integrantes. O perfil de maior identificação foi “influenciador(a) de políticas” correspondendo às pessoas que se mobilizam para intervir civicamente no aprimoramento de políticas públicas locais.
Diversidade: ainda um desafio
A presença feminina (38%) recuou neste ciclo em comparação ao ciclo anterior (48%), mas se manteve maior que o primeiro (21%). Por outro lado, este ciclo inaugura a presença de pessoas trans não-binárias na rede (4%).
Quanto à composição racial, ela segue majoritariamente branca, e a proporção da presença de pessoas pretas e pardas seguiu estável (38% neste ciclo; 36% no anterior).
Capilaridade
Olhando para a totalidade dos três ciclos da rede, a distribuição das(os) 158 integrantes alcança todas as regiões do país. O sudeste segue com predominância, com destaque para São Paulo (36 pessoas), seguido pelo Sul, com destaque para Santa Catarina (11), e pelo Nordeste, com destaque para o Rio Grande do Norte (8).
São 74 cidades com presença de embaixadoras(es), nas 24 das 27 unidades federativas do Brasil. Agora contamos com representantes no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo, que não haviam sido atingidos nos dois primeiros ciclos, enquanto os estados do Maranhão, Rondônia e Acre seguem sem a presença de membras(os) do projeto.