Eventos no Open Data Day 2024
Em março de 2024, a Open Knowledge Brasil (OKBR) apoiou financeiramente a realização de 8 encontros promovidos por nossa comunidade para celebrar o Open Data Day (Dia dos Dados Abertos, ou, ODD na sigla em inglês).
Para além do apoio financeiro, a Rede de Embaixadoras da Inovação Cívica também esteve envolvida na realização de vários eventos entre 2 e 8 de março, período que marcou a comemoração do ODD neste ano.
Belém, Maceió, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Paulo e Uberlândia foram as cidades em que os encontros apoiados pela OKBR foram realizados.
Além dos eventos presenciais, uma oficina online sobre análise de dados utilizando o Querido Diário também foi realizada na última quinta-feira (21/03), marcando o Open Data Day da OKBR.
Confira abaixo um pouco mais sobre os encontros.
Primeiro evento da série, o Open Data Day de São Paulo aconteceu no dia 2 de março, no Insper. Beatriz Milz foi a embaixadora responsável pela organização do evento, que também teve o grupo R-Ladies São Paulo, a Base dos Dados, o Centro de Ciência de Dados do Insper e mais pessoas da Rede de Embaixadoras de Inovação Cívica da OKBR na sua produção.
Haydée Svab, da direção executiva da Open Knowledge Brasil, fez uma apresentação sobre a organização. Palestras sobre o Insper, e as R-Ladies São Paulo, uma introdução ao Open Data Day e ao dados abertos, sobre como buscar dados na Base dos Dados, e respeito a comunidade Women In Tech, além de uma apresentação sobre a Rede de Embaixadoras da OKBR, também marcaram a ocasião.
O evento contou com a participação de 52 pessoas adultas, entre convidadas e organização, e também com o espaço Gugu-Dadados, com atividades de recreação para 4 crianças. A organização do encontro proporcionou, ainda, um café colaborativo e sorteio de brindes para as pessoas presentes.
A celebração contou com uma palestra sobre o portal de dados abertos da Universidade Federal de Pernambuco, três apresentações sobre dados abertos no contexto da educação, e uma sobre a utilização de Inteligência Artificial no estado. Ao final do encontro, houve uma mesa redonda com o tema “Acesso à água, urbanização desenfreada e mudanças climáticas. Como os dados podem nos ajudar a viver em uma cidade melhor?”.
Segundo Maria Fernanda, com o apoio oferecido pela OKBR foi possível pagar por um coffee break vegano e vegetariano. “O coffee foi muito elogiado por todos, e ficamos felizes por poder ter conseguido oferecer uma comida inclusiva e saborosa. Também fizemos uma campanha de doação de alimentos, e conseguimos arrecadar 41 kg de alimentos não perecíveis, que foram doados ao coletivo Liberta Elas”, completou.
Com participação de um total de 70 pessoas, o evento foi promovido pela embaixadora Ana Paula Teixeira nos dias 7 e 8 de março, em formato híbrido. Algumas das atividades foram transmitidas online, obtendo de 20 a 40 visualizações por sessão. Introdução à oficina de R, dados abertos geoespaciais, os projetos da OKBR para inovação cívica e o uso de dados abertos para promoção dos ODS, webscraping, mineração de dados com JASP e Orange Data Mining foram os temas das oficinas realizadas. É possível assitir ao primeiro dia do evento no Youtube.
Entre as instituições que participaram da organização do encontro, estavam a Universidade Federal de Uberlândia – Faculdade de Educação (Grupo de Pesquisa Observatório da Opinião Pública na Arena Digital; PET Educomunicação), a Faculdade de Gestão e Negócios (Laboratório de Inteligência Artificial); a Pontifícia Universidade Católica – (PUC-RS), a Universidade Federal Fluminense (Núcleo de Estudos Estratégicos da Comunicação e Cognição/INCT/DSI) e o Grupo de Pesquisa Meninas da Geo.
O ineditismo do evento em Uberlândia foi um ponto alto destacado pela embaixadora Ana Paula. Outro ponto importante, segundo sua opinião, foi envolver o público da graduação e sensibilizá-lo para a importância do tema, além de proporcionar uma importante parceria entre atores, no âmbito acadêmico, com interesses comuns em projetos de dados abertos.
O Open Data Day Belém foi proposto pela embaixadora Tatiana Pará e realizado no dia 6 de março no campus Belém do Instituto Federal do Pará, com organização do grupo Meninas da Geo, fundado pela embaixadora. O evento contou com a participação de cerca de 150 pessoas, em atividades presenciais e online.
Com uma programação diversificada, incluindo painéis temáticos, mesas redondas, workshops presenciais e online, e uma mapatona para atualização de dados georreferenciados de Belém, o evento teve apoio do setor de empreendedorismo da diretoria de extensão do IFPA campus Belém.
O objetivo do encontro foi promover a inclusão das mulheres nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e incentivar o conhecimento livre por meio de dados e softwares geoespaciais abertos.
“Como nossa programação foi interdisciplinar, podemos correlacionar dados de meio ambiente, saúde, educação, estatísticas oficiais de IBGE entre outras formas de acesso a dados, que foram usadas nos workshops para geração de análise e elaboração de uma nova informação que pudesse gerar tomada de decisão e possivelmente diagnosticar ações para a COP30 que acontecerá na Amazônia”, avaliou a embaixadora Tatiana Pará.
Entre outros eventos apoiados pela OKBR, estão a edição de Salvador, organizada pelo grupo de extensão Agência de Notícias Ciência e Cultura - AGN, PyLadies Salvador e Raul Hacker Club, junto com Rebeca Almeida, da gestão de comunidades de Inovação Cívica na OKBR.
O debate ‘A importância de dados abertos para a democracia - Uma conversa interdisciplinar’ aconteceu no dia 8 de março no Instituto de Humanidades, Artes & Ciências Professor Milton Santos (IHAC-UFBA). Outras duas atividades aconteceram no âmbito do ODD Salvador: ‘Café com Agência’, com o objetivo de receber caluros dos cursos de Comunicação da UFBA e uma Oficina Introdução à análise de dados com o Querido Diário, ferramenta em código aberto que permite acessar dados de diarios oficiais de centenas de municípios brasileiros. Ao todo, as atividades mobilizaram cerca de 30 pessoas.
Estiveram presentes o pesquisador e embaixador de inovaçã cívica, Adolfo Guimarães (UNIT-SE), as pesquisadoras Ka Menezes (UFBA e Raul Hacker Club), Patrícia Lustosa (UFBA), e os tutores da AGN, Beto Severino (UFBA) e Bau Carvalho (UFBA), que abordaram a importância dos dados abertos para a área de TI, para o mapeamento comunitário, políticas culturais, acesso e direito à cidade, além de abordar código aberto e cultura hacker. Foram levantadas falas sobre dados dentro e fora das redes e a cultura hacker como uma cultura de curiosidade, investigação, resolução de desafios e principalmente uma cultura de doação e colaboração.
Um hackathon de Python foi realizado na cidade de Santos, organizado pelo embaixador de inovação cívica Ergon Cugler, no Parque Tecnológico, no dia 9 de março, para celebrar o Dia dos Dados Abertos. A atividade reuniu cerca de 50 jovens. Ergon Cugler explicou que a atividade foi realizada dentro de um evento regional, o que foi bom para reunir público. Quem realizou a atividade foi a comunidade de Python da Baixada Santista.
Por último, um ODD foi promovido por Vitória Régia Silva, da Gênero e Número, na sede da organização, no Rio de Janeiro, que também contou com apoio financeiro da OKBR.
Além dos eventos citados, três embaixadoras de inovação cívica organizaram comemorações sem apoio financeiro da OKBR. Confira detalhes:
No dia 8 de março, um grupo de pessoas interessadas em análise e ciência de dados se reuniu para celebrar o Open Data Day 2024 — o dia mundial dos dados abertos. Realizado Auditório A do Instituto Philippe Pinel e no Laboratório Barbara Starfield do Otics-Rio IMPP, no Rio de Janeiro, o evento foi proposto pela embaixadora Ariane Alves e organizado pela parceria entre a Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS/Icict/Fiocruz) com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS Rio).
O foco das atividades foi a exploração dos dados do Sistema de Regulação (SISREG), que contém diversas informações sobre regulação ambulatorial geridas pela Prefeitura do Rio de Janeiro, como evolução da oferta de vagas, solicitações e tempo de espera.
A embaixadora Ariane Alves, líder de Comunicação e Front-end da PCDaS, fez a abertura deste evento, explicando aos participantes a origem do Open Data Day, e compartilhou o que motiva a comunidade de interessados na abertura de dados públicos a se reunirem há 14 anos em várias cidades pelo mundo para reforçar a relevância do tema. “O debate sobre o tema segue avançando. Temos muito para conquistar, mas o fato de estarmos hoje reunidos para analisar bases de dados da saúde municipal é motivo mais que suficiente para comemorar”, afirmou.
Ariane também propôs e esteve à frente da organização de um ODD em São Paulo, em parceria com a comunidade Pyladies São Paulo. Na ocasião foram realizadas as palestras: ‘Dados abertos para quem?, ‘Analisando Dados do Enem’, ‘DNA pode ser dado aberto?’ e ‘Descomplicando os atos públicos: como criar matérias e contar histórias com os diários oficiais das prefeituras brasileiras’.
Ocorreu no dia 9 de março, na Unisinos Porto Alegre, o encontro local do Open Data Day 2024, com a presença de pesquisadores, representantes de órgãos públicos, sociedade civil, empresas privadas, além de alunos e professores de universidades, o evento debateu os impactos da Inteligência Artificial (IA) na cidadania digital.
A organização do evento em Porto Alegre foi realizada pela professora do curso de Jornalismo da Unisinos Taís Seibt, e pela jornalista egressa da Unisinos e Juliana Coin. Ambas são parceiras da OKBR: Taís é associada, e Juliana, embaixadora de inovação cívica.
Envolvendo áreas como segurança, saúde mental, mudanças climáticas e comunicação, os palestrantes debateram sobre os limites legais e éticos do uso da Inteligência Artificial em produtos e serviços públicos e privados. Participaram Antonio Padilha, secretário-executivo do Programa RS Seguro, da Secretaria de Segurança Pública do Governo Estadual; Mellanie Fontes-Dutra, coordenadora do curso de Biomedicina da Unisinos; Dirceu Corrêa Jr, CEO da Postmetrica; Juliana Scherer, professora da Escola de Saúde da Unisinos; Sofia Marshallowitz, cientista de dados e pesquisadora no âmbito de comparação de decisões humanas e realizadas por máquinas; e Wesllei Heckler, cientista de dados na CWI Software.
O ODD de Mogi foi realizado no dia 5 de março de 2024, com o tema “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Município”, em uma parceria da Prefeitura de Mogi das Cruzes e Centro Universitário Braz Cubas com o apoio da Rede Embaixadoras, com a participação direta da embaixadora Danille Silva.
Palestras e oficinas trataram temas como: educação, meio ambiente, segurança social, transparência, dados abertos, primeira infância e o ensinamento de uso de tecnologias. Foi primeiro ODD realizado em parceria com uma universidade da região e que podemos contar com a participação de uma segunda universidade na programação, a FATEC - Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo, e também dentre o público do evento, que foi majoritariamente de alunos. Também contou com a participação de servidores, tanto no público, como na realização de palestras e oficinas.
“O engajamento geral do público foi muito bom, tivemos muitas perguntas da plateia no final das apresentações. Com relação às oficinas, a de Python e a de BI foram as mais procuradas. A palestra que realizei como embaixadora foi a “Governo Aberto: Ferramentas de transparência, dados abertos e participação social no município”, realizada no Auditório Mauricio de Sousa no Centro Universitário Braz Cubas. No momento da minha fala, tinham cerca de 50 pessoas no auditório, mas ao longo das palestras contabilizamos a participação de 300 pessoas”, explicou Danielle.
Para celebrar o ODD, a OKBR realizou, juntamente com a comunidade do Querido Diário no Discord, uma oficina de análise de dados com o Querido Diário, focado em leis de incentivo à cultura. Giulio Carvalho, coordenador de Inovação Cívica, abriu o evento contextualizando como o projeto enfrenta as dificuldades de acesso aos atos oficiais municipais, oferecendo uma infraestrutura de dados textuais abertos e ensinou a acessá-los por meio da API, pesquisando pelas leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Com os dados na mão, a gestora pública e analista de dados Carol Fazani explorou os resultados e seus metadados evidenciando achados quanto ao tema de cultura em função, principalmente, da distribuição estadual e orçamento, local e repasses nacionais, para projetos culturais. Confira o notebook com a análise dos dados.