A Rede de Embaixadoras de Inovação Cívica da Open Knowledge Brasil é composta por pessoas dedicadas à promoção de transparência, dados abertos e engajamento civil no Brasil. Este post explora o perfil dessas embaixadoras, destacando suas características demográficas, bem como suas principais áreas de interesse e atuação.

Ciclos de ingresso na rede

A entrada na rede ocorre de maneira cíclica, por meio de chamada pública. Atualmente a rede está no 4° ciclo, o que significa que até o momento já foram realizados quatro processos seletivos para ingresso de novas embaixadoras. As pessoas que ingressaram em ciclos anteriores não são desligadas da rede. No entanto, elas podem ficar ou não ativas conforme as atividades realizadas. Atualmente 61 pessoas estão ativas e a maioria é do quarto ciclo, seguida do terceiro e do primeiro ciclo. O segundo é o que conta com menos embaixadoras ativas no momento.

As pessoas ativas podem ter recebido ou não medalhas por atividades realizadas (para mais informações, ver a sessão ‘medalhas’). Do grupo ativo, 23,4% recebeu medalhas, enquanto 76,6% não possui nenhuma medalha. Das que possuem medalhas, a maioria é por atuação como ‘Especialista’ ou como ‘Organizador(a) de eventos’.

Demografia das Embaixadoras

Para entender melhor quem são as Embaixadoras de Inovação Cívica ativas, levantamos também alguns dados demográficos. Uma parcela de 47,5% das embaixadoras se declaram mulheres, 45,9% se declaram homens, 6,6% preferiram não responder. Não há registro de embaixadoras autodeclaradas trans.

A maioria das embaixadoras ativas se autodeclara negra: 47,5%, o que corresponde a soma de pardas (31,1%) e pretas (16,4%). Cerca de 44,3% se declara branca e 1,6% se declara amarela. 6,6% não responderam a esta questão no formulário de inscrição na rede.

Com relação aos locais de atuação, a maioria das embaixadoras ativas está na região Sudeste no país, seguida das regiões Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste, conforme o gráfico abaixo:

O estado de São Paulo tem 15 embaixadoras, seguido por Pernambuco e Pará, que contém cinco pessoas na rede, cada.

Áreas de interesse

As Embaixadoras de Inovação Cívica têm um papel importante na promoção da transparência e do engajamento cidadão. Para isso, atuam e têm interesses em diferentes áreas. A maioria destaca ‘Dados abertos e transparência’, seguido por ‘Ativismo digital e impacto social’, e ainda ‘Cidadania, democracia, participação e fiscalização’. Confira outras áreas abaixo:

Aqui estão alguns exemplos de áreas de atuação das pessoas da rede:

• Projetos de transparência:
  • Implementação de portais de dados abertos em várias cidades.
  • Desenvolvimento de ferramentas para monitoramento de gastos públicos.
• Engajamento civil:
  • Criação de campanhas de educação cívica
  • Organização de eventos e workshops para promover a participação cidadã.
• Inovação tecnológica:
  • Desenvolvimento de aplicativos e plataformas que facilitam o acesso a informações públicas.
  • Uso de tecnologia para melhorar a eficiência dos serviços públicos.

Atuação e desafios

Atualmente, a Rede de Embaixadoras de Inovação Cívica da OKBR é composta por pessoas que trabalham para promover uma sociedade mais transparente e participativa. Percebe-se que os principais perfis de atuação são a ‘Organização de eventos’, como meetups voltados para a promoção do Dia dos Dados Abertos (Open Data Day - veja como foi a mobilização em 2024), assim como colaboração em formações, oficinas e tutoriais, o que é abraçado pelo perfil de ‘Especialista’, a exemplo do webinar ‘Mapeamento comunitário e controle social em tempos de crise climática’. Além disso, o programa Querido Diário nas Universidades tem participação expressiva de pessoas desta comunidade, o que também se corresponde à atuação de ‘especialistas’. No QD nas Universidades, são realizadas atividades que aproximam o projeto de código aberto Querido Diário de grupos de pesquisa em instituições de ensino brasileiras, em especial nas áreas de Computação e Jornalismo de Dados.

No que tange ao perfil demográfico, apesar dos últimos ciclos terem equilibrado significativamente a distribuição entre as embaixadoras autodeclaradas negras e brancas, ainda é pequeno o número de pessoas pretas na rede. Também é necessário não considerar um desafio superado que a distribuição de gênero seja similar entre feminino e masculino sem que a rede tenha mais pessoas não-binárias em sua composição. Também há um bom caminho para percorrer com relação à distribuição geográfica das embaixadoras ativas, mas é importante destacar que todas as regiões possuem embaixadoras, apesar de ainda ser necessário capilarizar a presença para todos os estados.