Já são mais de 100 pessoas contribuindo para espalhar ações de inovação cívica pelo Brasil! O segundo ciclo de inscrições para integrar essa rede potente e diversa acaba de se encerrar, e agora podemos saber mais sobre sua nova composição, além de conferir um balanço das atividades realizadas desde o início do projeto.
Se quiser relembrar como foi o perfil do primeiro ciclo, confira nossa análise.
A origem
Criado em 2018, o Programa Ciência de Dados para Inovação Cívica da Open Knowledge Brasil já realizou diversos projetos que utilizam ferramentas digitais para fomentar o envolvimento de cidadãs e cidadãos com a vida cívica.
Tendo como carro chefe a Operação Serenata de Amor, outras iniciativas seguiram a proposta de explorar fontes de dados abertos e criar soluções que aproximem as pessoas de seus representantes e facilitem o monitoramento de suas ações, como o Perfil Político, o portal Parlametria, o Queremos Saber, o Justa e o Querido Diário.
Os desafios
Ao longo da trajetória da Operação Serenata de Amor, a equipe foi convidada a dar centenas de palestras e workshops pelo Brasil e sempre se deparou com as mesmas perguntas de pessoas que abraçavam a ideia com entusiasmo: Como posso contribuir? Como posso trazer o projeto para a minha cidade?
Além disso, um país como o Brasil, com mais de 5 mil municípios, representa um verdadeiro desafio para ações que proponham observar mais atentamente o campo político com o uso da tecnologia. Como criar soluções que considerem toda a diversidade de contextos de cada cidade brasileira?
Por último, mas não menos importante, está a ideia de que a inovação cívica só poderá ser efetivada em sua totalidade se contemplar o esforço constante pela promoção de diversidade e representação da população brasileira na composição de suas equipes e no público-alvo de suas atividades.
A solução
E foi assim que, em setembro de 2019, surgiu o projeto Embaixadoras de Inovação Cívica! Reunindo todos os objetivos da equipe, a iniciativa buscou conectar pessoas interessadas em promover ações de inovação cívica em suas cidades e regiões, contribuindo para ampliar o alcance dos projetos por meio de eventos, workshops e sprints de desenvolvimento, além de compartilhar conhecimento em atividades promovidas pela Open Knowledge Brasil.
As conquistas
O primeiro ciclo de participantes integrou 76 pessoas em uma rede muito rica em repertório e conhecimento. Ao longo de 7 meses, foram realizados eventos presenciais em Feira de Santana e Uberlândia, uma sprint de desenvolvimento para a Serenata em Florianópolis, cinco lives no YouTube e uma grande contribuição de código para o projeto Querido Diário. Saiba mais em nosso blog.
Outro destaque foi a organização do Open Data Day 2020 em 7 de março, que teve edições em Natal, Manaus, Belo Horizonte, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro organizadas por integrantes da rede Embaixadoras.
Que venha o novo ciclo!
Em meio à pandemia da Covid-19, ao mesmo tempo em que nos vimos impossibilitados de realizar eventos presenciais, notamos a relevância dos temas relacionados ao uso de dados abertos ser reconhecida por uma parcela cada vez maior de pessoas. A urgência e a necessidade de se obter informações precisas sobre como uma crise de saúde afeta todos os aspectos políticos e sociais são inegáveis.
Por isso, seguimos com nossos esforços — agora ainda mais necessários — para expandir a rede e integrar mais pessoas interessadas em contribuir. Temos 25 novos nomes fazendo parte do time e ansiosos para entrar em ação. Vamos conhecê-los um pouco mais?
Ciência de dados, área técnica e comunicação
Analisando os interesses declarados pelos novos integrantes, temos um campeão disparado: a área de Análise/Ciência de Dados é o campo mais citado, seguido por temas que envolvem Comunicação (Transparência, Jornalismo de Dados, Lei de Acesso à Informação), Inovação, Governo Aberto e Transformação Digital.
A formação técnica ou a aquisição de habilidades de programação por estudos complementares continua sendo maioria no segundo ciclo: 72% possuem esse conhecimento.
As pessoas de áreas técnicas se dividem entre formações nas áreas de Ciência da Computação, TI, Sistemas de Informação e Ciência de Dados. O jornalismo domina a formação não-técnica mais citada, porém todas as pessoas disseram ter interesse ou já atuar na área de jornalismo de dados.
Diversidade: avanços e desafios
Uma excelente notícia é o aumento de mulheres participantes: 48% neste segundo ciclo! É um grande avanço em relação ao primeiro ciclo (que tinha apenas 21%) e um marco a ser comemorado no contexto de iniciativas que usam tecnologia no Brasil, área ainda muito caracterizada por uma maioria masculina.
Porém, aumentar a diversidade racial ainda deve seguir como nosso objetivo nos próximos ciclos. 60% das novas pessoas embaixadoras são brancas, fato que reflete desigualdades seculares de acesso e oportunidades entre a população brasileira.
Finalmente, veja a seguir o mapa consolidado com a composição atual da rede de Embaixadoras, além das cidades onde estão as 25 novas integrantes:
Obs: a intensidade das cores dos estados se refere ao total de cidades nos dois ciclos, somando as localidades das 101 pessoas que compõem a rede.